O alumínio é extensamente utilizado para proteção, armazenamento, conservação e preparação de alimentos e bebidas. Ele conduz extremamente bem o calor e economiza energia para preparar e servir alimentos quentes e frios. O papel alumínio é um item muito presente nas cozinhas industriais e domésticas. Mas será que o utilizamos da forma correta? Lado brilhante para fora, para dentro ou tanto faz? Se a gente colocasse no ar uma enquete, acredito que muitos ficariam em dúvida. Quando saí em busca dessas respostas fiquei surpresa com os resultados, pois até então acreditei que havia uma forma correta de uso do papel alumínio, para que fosse seguro para a saúde. Entrei em contato com instituições de pesquisa, fabricantes, ANVISA, Associação Brasileira do Alumínio para nos auxiliar a desvendar esse mistério.
Mas a evidência de uma pesquisa de campo me intrigou muito: o modo de uso do papel alumínio não estava declarado em 100% das amostras pesquisadas. O papel alumínio possui duas faces: uma brilhante e outra fosca e essa diferença se dá pelo processo de sua fabricação. E podem acreditar que tanto faz usar uma ou outra. A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) recomenda o uso da parte brilhante em contato com o alimento. Veja o porquê na resposta enviada pela área técnica: “O papel alumínio possui um lado fosco e outro brilhante, devido ao processo de fabricação, que consiste na laminação de folhas entre os cilindros, sendo que as folhas são colocadas em superposição numa única bobina antes da sua passagem pelos cilindros dos laminadores.
O atrito entre as folhas que estão em contato faz com que a superfície fique fosca. O lado brilhante da folha utilizado em contato com o alimento é o recomendado, por ter uma rugosidade menor (é mais liso), o que propicia menor aderência de alimentos e substâncias na sua superfície, além do que seu índice de refletividade ao calor é maior, o que pode aumentar um pouco o tempo de cocção dos alimentos. Assim, tecnicamente falando, o ideal é utilizar-se o lado brilhante para dentro para melhor aproveitamento da fonte de calor. O fato, porém, de se utilizar um lado ou outro em contato com alimentos não ocasiona qualquer prejuízo no cozimento ou conservação.
Por possuir características não tóxicas, o papel alumínio pode ser utilizado em utensílios domésticos sem qualquer efeito nocivo ao organismo humano, tendo atualmente larga utilização na indústria alimentícia”. O retorno da ANVISA foi coerente com o da ABAL: “Desde que o papel alumínio atenda ao disposto na RDC n. 20/07 não há risco em seu uso em contato com alimentos. Com relação à superfície fosca e brilhante esclareço que trata-se de uma diferença em relação ao acabamento mecânico realizado em uma das faces que deixa o papel alumínio mais brilhante.
Não existe diferença em relação à migração por causa deste acabamento.” Infelizmente não tivemos retorno das instituições de pesquisa e fabricantes. Mesmo assim está desvendado o mistério: nenhuma das superfícies, fosca ou brilhante, causa danos à saúde do consumidor desde que respeitado o disposto na RDC 20 de 22 de março de 2007, a qual dispõe sobre os requisitos de contato dos alimentos com embalagens ou equipamentos metálicos. Minhas indagações sobre a ausência do modo de uso nas embalagens também foram esclarecidas uma vez que usar qualquer lado do papel alumínio está correto, no entanto seria uma medida educativa bem interessante informar ao consumidor para usar o lado brilhante em contato com os alimentos a fim de economizar tempo no preparo dos alimentos cozidos ou assados.
Fonte: https://foodsafetybrazil.org/seguranca-do-papel-aluminio-nao-depende-do-lado-utilizado/