A rotulagem de gergelim atualmente não é exigida por lei nos Estados Unidos, ao contrário da rotulagem de outros alergênicos importantes, como amendoim e leite. No Brasil, a rotulagem obrigatória dos principais alimentos que podem causar alergias alimentares é regulamentada pela RDC n. 26/2015, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A Gerência-geral de Alimentos da própria ANVISA publicou em 2017 um documento para esclarecer dúvidas sobre a rotulagem de alimentos alergênicos.
Um estudo recente da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, publicado na revista científica JAMA Network Open, fornece as primeiras estimativas atualizadas sobre a atual prevalência de alergia ao gergelim entre crianças e adultos nos EUA em todos os 50 estados.
“Nosso estudo mostra que a alergia ao gergelim é prevalente nos EUA tanto em adultos como em crianças e pode causar reações alérgicas graves”, disse a autora principal do estudo, a Dra. Ruchi Gupta, professora da Universidade Northwestern. “É importante defender a rotulagem do gergelim em alimentos embalados. O gergelim está em muitos alimentos como ingrediente escondido. É muito difícil evitar”, destaca a especialista.
O estudo informa diretamente a elaboração de normas regulatórias pela agência regulatória FDA, que atualmente está considerando se o gergelim deve ser adicionado à lista de alérgenos alimentares essenciais para os quais é necessária a rotulagem obrigatória do produto.
A Lei de Rotulagem de Alimentos Alergênicos e Defesa do Consumidor de 2014 (dos Estados Unidos) determina a rotulagem dos oito principais grupos de alimentos/alimentos alergênicos, incluindo amendoim, leite, moluscos, nozes, ovo, trigo, soja e peixe, juntamente com as proteínas derivadas deles.
Mais de 1,5 milhão de crianças e adultos nos EUA (0,49% da população) relatam atualmente alergia ao gergelim e mais de 1,1 milhão (0,34% da população) possuem alergia ao gergelim diagnosticada por um médico ou uma história de sintomas e reações alérgicas ao gergelim, constatou o estudo. Os dados também indicam que muitos indivíduos que relatam alergias ao gergelim e experimentam reações alérgicas potencialmente graves não possuem o diagnóstico clínico de suas alergias.
“A confirmação clínica de suspeitas de alergias alimentares é essencial para reduzir o risco, bem como garantir que os pacientes recebam aconselhamento essencial e prescrição de epinefrina de emergência”, disse o Dr. Christopher Warren, pesquisador do Centro de Alergia Alimentar e Pesquisa em Asma.
Ao contrário de alergias como ao leite ou a ovos, que muitas vezes se desenvolvem no início da vida e são superadas pela adolescência, a alergia ao gergelim afeta crianças e adultos em grau semelhante. Além disso, quatro em cada cinco pacientes com alergia ao gergelim têm pelo menos uma outra alergia alimentar. Mais da metade tem alergia ao amendoim, um terço é alérgico a nozes, um quarto é alérgico a ovos e um em cada cinco é alérgico ao leite de vaca.
Os pesquisadores administraram uma pesquisa via telefone e web para mais de 50.000 lares americanos. A pesquisa solicitou informações detalhadas sobre suspeitas de alergias alimentares, incluindo sintomas específicos de reação alérgica, detalhes sobre o diagnóstico clínico de alergias alimentares e informações demográficas. Eles obtiveram respostas para uma amostra nacionalmente representativa de aproximadamente 80.000 crianças e adultos.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página da Universidade Northwestern (em inglês).
Fonte: Marla Paul, Universidade Northwestern. Imagem: Pixabay.
Fonte: https://nutricao.t4h.com.br/noticias/alergia-ao-gergelim-e-mais-comum-do-que-se-pensava/