Após saborear aquela refeição especial, você sente como se a comida estivesse “conversando” com você? Pode ser sinal de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), resultado do mau funcionamento da válvula entre o estômago e o esôfago, o que permite que o conteúdo ácido do estômago suba para o esôfago, causando sintomas como dor na parte superior do abdômen e sensação de queimação no peito. Para evitar isso, o ideal é fazer mudanças no estilo de vida, como mastigar bem a comida e parar de exagerar quando se senta à mesa.
Também vale fazer um trabalho de “detetive dietético”, buscando os alimentos que desencadeiam tais sensações em você. Débora Poli, gastroenterologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim (SP), Cylmara Gargalak, gastro pediatra do Hospital Sírio Libanês Vivian Ortiz.
Coloque no cardápio
Mamão
Rico em enzimas proteolíticas, quimopapaína e papaína, um fitoquímico que também auxilia na digestão de proteínas e acaba diminuindo o refluxo. Cientistas austríacos realizaram um experimento em indivíduos com problemas de digestão. O grupo que recebeu extrato de papaia mostrou uma redução considerável no inchaço, constipação e azia. A dica é comer uma fatia de mamão após a refeição, na sobremesa.
Batata-doce
Devido à ausência de gordura e açúcar, alimentos como legumes e verduras são eficazes na redução da quantidade de ácido gástrico produzido no estômago. Quase todas as cores e variedades são benéficas, mas batata-doce, folhas para saladas,cenoura, abóbora, feijão-verde e erva-doce são especialmente boas, por acalmarem o estômago e diminuírem seus níveis de acidez.
Aveia
Além de ser um alimento bastante nutritivo, acaba neutralizando o excesso de acidez no estômago, o que ajuda a reduzir os sintomas de refluxo. Também é uma excelente fonte de fibra, que deixa a digestão funcionando melhor e diminui as chances do problema aparecer.
Gengibre
Além de anti-inflamatório, também melhora o funcionamento intestinal e, por isso, é um grande fitoterápico digestivo. Acredita-se ainda que tem um efeito positivo sobre as enzimas que quebram gorduras e proteínas, facilitando o processo de digestão e diminuindo o refluxo.
Cominho
Amplamente utilizado para temperar alimentos, também possui propriedades antioxidantes e antimicrobianas. O timol, um fitoquímico presente no cominho, estimula a secreção de enzimas, ácidos e bílis para promover uma boa digestão. Além disso, óleos essenciais, sódio e magnésio presentes no tempero ajudam a deixar o refluxo bem longe.
Chá de boldo
As folhas contêm lactona, substância que possui gosto amargo, mas é muito eficaz na digestão de gorduras. Também têm diversos fitoquímicos, incluindo boldina, cânfora, limoneno, beta-pineno e cumarina, que são compostos antioxidantes. Só não exagere e tome uma xícara por dia, no máximo. Quando usado por longos períodos, pode causar irritação gástrica.
Melhor maneirar
Comida gordurosa
Alimentos ricos em gordura –como alguns tipos de carne, amendoim e até o chocolate– tendem a diminuir a pressão do esfíncter esofágico inferior e retardar o esvaziamento gástrico, aumentando o risco de refluxo. Por isso, o melhor é optar por carnes mais magras, como patinho ou frango e peixe, sempre em preparações grelhadas ou assadas.
Frituras
Os alimentos fritos também relaxam o esfíncter esofágico inferior, que é responsável por prevenir o refluxo do estômago para o esôfago. Como resultado, é mais provável que você tenha refluxo ácido e azia após consumir algum alimento frito.
Tire do cardápio
Frutas ácidas
Se a pessoa já tem o refluxo, frutas ácidas –como abacaxi, limão e laranja– pioram o problema e precisam ser evitadas, pois fazem o relaxamento desse esfíncter do esôfago, abrindo o caminho para que o conteúdo ácido do estômago suba até a região da garganta.
Refrigerante
Além de possuir açúcar, altera e retarda o processo de esvaziamento gástrico. De acordo com um estudo, tomar bebidas do tipo pode contribuir para o refluxo por conta das bolhas nas bebidas gaseificadas, que podem causar desconforto estomacal e arrotos. Se você sofre do problema, é melhor nem tomar a bebida.
Fonte:vivabem