O fornecimento de alimentos é de importância global e o crescente controle de segurança de alimentos propõe que tenhamos um maior domínio sobre o processo produtivo,o que facilita o compartilhamento de informações e
práticas produtivas. Em termos globais, 42% do emprego mundial são pessoas que trabalham diretamente na cadeia de suprimentos de alimentos. Os maiores representantes dessa fatia são: Brasil, Índia, Japão, Rússia e os EUA.
A Iniciativa Global de Segurança de Alimentos (GFSI – The Global Food Safety Initiative) concentra-se em fornecer
orientação e liderança sobre o sistema de gerenciamento em toda a cadeia de suprimentos. É reconhecida por
orientar a indústria sobre os riscos de segurança de alimentos que transcendem os países, os setores e as
empresas. A liderança do pensamento da GFSI se estendeu além dos requisitos de produção e segurança de
alimentos, hoje ela também inclui aspectos de ciências sociais e organizacionais, evidenciados pelo foco nas
competências de auditoria e cultura de segurança de alimentos.
Atualmente, a cultura é o número 1 na lista de prioridades de muitos CEOs para obter sucesso em 2018. Por esta
razão, o foco contínuo na construção da cultura organizacional de segurança de alimentos é tão relevante!
A cultura da segurança dos alimentos costuma assumir a cultura já existente da estrutura organizacional mãe. É
construída de premissas consideradas válidas, ensinadas a novos membros de um grupo e usadas para orientar o
comportamento. Esses pressupostos podem variar entre nações, empresas, funções e grupos informais, bem como em todos os setores da cadeia de fornecimento de alimentos.
Pressupostos são feitos continuamente para ações adequadas na segurança de alimentos. Quando tudo está
funcionando sem problemas, essas ações se tornam rotinas. Quando ocorrem irregularidades, contamos com o
conhecimento e a experiência dos indivíduos para tomar decisões adequadas e assertivas. A maioria vem trabalhar para fazer e entregar um bom trabalho e um bom produto. Em outras palavras, confiamos na cultura dentro das empresas em que trabalhamos e não tentamos maliciosamente tornar os consumidores doentes pelos
alimentos que produzimos. As ações devem ser tomadas com base em premissas válidas como as boas práticas de limpeza, boas práticas de comunicação e as decisões de negócios trilhadas para a segurança de alimentos. Para o correto abastecimento de alimentos a interligação de 5 setores devem ser respeitadas: Produção Primária,
Distribuição, Processamento, Serviços de Alimentação e o Varejista de Alimentos.
Dentro de cada setor, existem entradas e saídas específicas e necessárias para executar uma organização
de valor agregado. A raiz da cultura de segurança dos alimentos de uma organização é medida pela maturidade
da segurança dos alimentos e impactada diretamente pelos valores e missão da organização, bem como os
seus sistemas de apoio às pessoas, a consistência, adaptação das equipes e como a organização age especificamente para o gerenciamento de riscos. Tais dimensões culturais são fundamentais para entender
como mudar e fortalecer a cultura de segurança de uma organização.
Muitos eventos acontecem todos os anos, nos quais empresas e cientistas compartilham novos conhecimentos
de segurança de alimentos com toda cadeia de suprimentos. Contam abertamente suas histórias sobre o
que funcionou bem e o que não fariam novamente.
Destacam-se os casos importantes (estes compartilhados por grandes empresas) para os quais são discutidos os
problemas e apresenta-se como foi dada a resolução dos mesmos de forma colaborativa contribuindo com boas
ideias e novas tendências na segurança de alimentos.
Em uma pesquisa realizada pelo Food Control, descobriu se uma diferença significativa em como os líderes avaliam a maturidade da cultura de segurança dos alimentos de uma organização. Essa diferença foi evidenciada entre os profissionais da área de Fabricação (Produção, Higienização e Manutenção) e os profissionais da área de
Qualidade. A maturidade dos profissionais da área de Qualidade foi significativamente maior do que os
profissionais da área de Fabricação. Uma diferença semelhante também foi evidenciada entre líderes seniores
e juniores. Os líderes seniores apresentam maior maturidade do que os líderes juniores. Provavelmente
essa diferença já era esperada, porém é muito importante que os líderes seniores das organizações compreendam
essa magnitude e lacuna e saibam como restringi-la para construir e desenvolver uma forte cultura de segurança
dos alimentos. Todos devem compreender suas responsabilidades. A organização deve prover recursos
para garantir que todos os líderes sejam treinados, certificados e capacitados. Essa cultura somente será
desenvolvida se os líderes seniores reconhecerem e executarem uma estratégia organizacional que inclua o
desenvolvimento e a manutenção de responsabilidades específicas para cada função.
O líder deverá ser exemplo. Todas as mensagens e comportamentos são 100% vistos e captados por aqueles
que estão à sua volta. O líder deve ser congruente com suas mensagens e ações realizadas. Ele tem como meta
reduzir a lacuna percebida destacando a importância da cultura da segurança de alimentos, tratativa de problemas e riscos específicos, segurança no trabalho, respeito ao meio ambiente, desempenho financeiro e prosperidade no negócio. A cultura de segurança de alimentos é assunto sério e deve ser vivida na empresa para um melhor engajamento e comprometimento de todos. Os líderes devem por em prática todos os treinamentos que suportam na mitigação de qualquer tipo de risco e apoio total de gestão no fortalecimento da cultura da
organização.
Líderes ensinando líderes: tornando claras as suas responsabilidades e seus impactos quanto à maturidade da cultura de segurança de alimentos.
Fonte:foodsafetybrazil